Uruguai

15 mar 2019 às 10h31

URUGUAI

Não existe uma data exata do descobrimento do Uruguai.
Não há também uma explicação única para a origem do nome.
Pode ter se originado da palavra uruga que em guarani significa rio de caranguejos, ou uru-gua-y que significa pássaro que vive próximo do rio.

Segundo documentos da época, o primeiro navegador a chegar às costas do Uruguai foi o português Fernando da Cunha Spanier em 1499.
Há registros de que Américo Vespúcio, por volta de 1500, navegou pelo Rio da Prata.
Em 1516, o espanhol Juan Dias de Solis tomou posse da região e é reconhecido oficialmente como o descobridor do Uruguai. Ele, no entanto, não retornou para Espanha por ter sido morto e devorado por indígenas.

Foi seu cunhado, Francisco Torres, que regressou para comunicar a descoberta.
Em Junho de 1520, Fernão de Magalhães, navegou as costas do Uruguai na viagem que o levou a descobrir a passagem do Oceano Atlântico para o Pacífico.

Américo Vespúcio Juan Dias Solis

Em 1603, com a região já sendo povoada, chegaram as primeiras cabeças de gado bovino e equino.

A partir daí, piratas, ingleses, franceses e holandeses interessados na comercialização de couro e carne de charque, começaram a chegar.

Em 1680, os Portugueses fundaram, do lado oposto de Buenos Aires, a Colônia do Santíssimo Sacramento, que passou a ser um entreposto de negócios muito importante no Rio da Prata.

Em 1705, foi tomada pelos espanhóis.

Colônia prosperou e é hoje uma das mais importantes cidades do Uruguai.
É o local das travessias das balsas para Buenos Aires.

Colônia do Santíssimo Sacramento

Não há também uma data exata, mas, entre 1726 e 1750, para competir com a Colônia do Santíssimo Sacramento, o espanhol Bruno Mauricio de Zabala fundou, na entrada do Rio da Prata, no alto de uma colina, a cidade de Montevidéu.

O nome Monte Video já havia sido atribuído a esta colina em 1723 pelos portugueses, por ser um monte visível de longe.

A região era conhecida como Banda Oriental.
A partir de então a cidade cresceu, habitada por uma casta de aristocratas espanhóis, misturados com índios charruas, chanaes, guaranis, aventureiros, desertores espanhóis e escravos negros fugidos das fazendas do Brasil.

O Uruguai passou então a ser disputado por espanhóis, portugueses, brasileiros e outros povos europeus pelos imensos rebanhos de gado, pelo comércio do couro e da carne.
A partir de 1800, começou um sentimento de independência, liderado pelo revolucionário Jose Gervásio Artigas, considerado o maior herói nacional do Uruguai.

Líder nacionalista, revolucionário, guerrilheiro, sob sua bandeira guerrearam ao seu lado soldados, índios e negros. Se puderem ler a história deste herói, irão entender a grandiosidade da sua contribuição para independência do Uruguai.

A população indígena foi gradativamente reduzida por doenças, pelas batalhas, e em 1832 a Nação Charrua já estava totalmente dizimada.

Bruno Mauricio Zabala José Artigas

Guerras Políticas

O início século XIX foi de uma atividade política intensa.
Com a invasão e domínio de Napoleão Bonaparte sobre a Espanha, o domínio espanhol na América do Sul se enfraqueceu e abriu o caminho para as independências da Argentina e do Uruguai.

De 1808 a 1825, o Uruguai esteve sob os domínios de espanhóis e brasileiros.
Em 1825, em um acordo celebrado com o apoio político de ingleses e argentinos, tornou-se finalmente independente.

Em 1839, uma disputa política pelo controle do Estado entre os partidos colorados e blancos provocou uma Guerra Civil que durou até 1851.
Os vencedores, colorados, foram apoiados por Inglaterra, França e Brasil.

Em 1865, o Uruguai juntou-se a Brasil e Argentina em uma Tríplice Aliança para combater Solano Lopes, na Guerra do Paraguai.
A partir daí, o Uruguai viveu poucas tribulações políticas.

No início do século XX, a população havia triplicado.
A partir de 1950, com a vinda de bancos internacionais, uma política externa, aberta e com incentivos a investimentos financeiros, passou a ser visto como uma Suíça sul-americana.

Hoje sua população é de cerca de 3,3 milhões de habitantes e sua economia continua baseada nos rebanhos de gado bovino e equino, no sistema bancário, no turismo e nos vinhos.

HISTÓRIA DOS VINHEDOS E VINHOS

Uruguai sempre foi a região que menos atraiu a atenção de Espanha e Brasil pela falta de recursos naturais, principalmente os minerais.
Além disto, a hostilidade dos índios, os charruas eram índios agressivos e violentos.

Em 1516, o navegador Juan Dias de Sólis, considerado o descobridor oficial do Uruguai, ao tentar uma aproximação amistosa, foi, junto com toda sua comitiva, massacrado pelos charruas.

Os primeiro vinhedos, como em Mendoza e Santiago, foram plantados pelos jesuítas, para o vinho das cerimônias religiosas.
O primeiro registro de uma vinícola apareceu somente em 1776, dois séculos depois dos vinhedos de Mendoza e 170 anos após os de Buenos Aires.

Em 1835, na posse do 2º Presidente, Manuel Oribe, foi servido um vinho uruguaio, no entanto, o desenvolvimento dos vinhedos e a produção regular de vinhos só aconteceram mesmo a partir de 1870, quando começaram a chegar os imigrantes espanhóis e italianos.

Os imigrantes trouxeram consigo a cultura do vinho, e passaram a produzir, principalmente, para o consumo familiar.
Poucos produziam para comercializar.

Com a chegada dos investidores ingleses, interessados no gado bovino e na comercialização da carne, cresceu o consumo da cerveja. O que incentivou a abertura de várias cervejarias.

A influência dos ingleses no consumo de bebidas foi comprovada pela icônica água tônica Paso de Los Lobos, que era produzida para atender, principalmente, os consumidores ingleses.

Em 1871, a criação da ARU – Associação Rural do Uruguai – deu um impulso importante na agricultura e na produção de vinhos.

Francisco Vidiella, um dos fundadores da ARU, após uma viagem à Europa, trouxe consigo mudas de uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Garnacha e começou a produzir bons vinhos.

Em 1874, Pascual Harriague, de origem espanhola e, também, fundador da ARU, viajou para Concordia, na Argentina, onde estavam sendo produzidos vinhos de muito boa qualidade, no estilo de Bordeaux, utilizando uma uva conhecida como Lorda.

Na volta, trouxe consigo mudas e plantou 200 hectares de vinhedos, na região de Salto, noroeste do Uruguai.
A uva Lorda se adaptou muito bem a este terroir, com vinhos de muito boa qualidade. Em 1888, já havia em Salto cerca de 90 bodegas de vinho.
Várias vinícolas em todo o Uruguai começaram a plantar a uva, e com o sucesso passaram a referir-se a ela como Harriague.

Em 1919, após estudos, a uva Lorda foi reconhecida e identificada como sendo a Tannat, da região de Occitanie, nos Altos Pirineus.

Pascual Harriague Uva Tannat

Após a identificação, a Tannat passou a ser considerada a referência e a bandeira dos vinhos uruguaios.

Os vinhos produzidos no Chile são reconhecidos pelas uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carménère. Os de Mendoza, na Argentina, pelas uvas Malbec e Cabernet Franc.
Os vinhos do Uruguai são reconhecidos mundialmente pela Tannat.

Sempre digo que, nós aqui da América do Sul não bebemos vinho, bebemos a uva. Escolhemos o vinho pela uva e pelo bolso.
No Brasil, as uvas mais reconhecidas são a Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménère, Malbec, Pinot Noir, Syrah e Cabernet Franc.
A Tannat já está entrando na lista de preferência dos brasileiros.

Em minhas visitas aos produtores no Uruguai, tenho dito que é preciso uma campanha de marketing agressiva, para que os brasileiros passem a incluir a Tannat na lista de suas prioridades.

A UVA TANNAT

A uva Tannat é originária da comuna francesa de Mandiran, na região de Occitanie, nos Altos Pirineus, na França.
A região de Occitanie está localizada ao sul do Bordeaux, e muito próxima da divisa com os Países Bascos da Espanha.
A Tannat é conhecida na Europa também como Mandiran. É caracterizada pela alta acidez e altos níveis de taninos.

Na França, para reduzir sua adstringência, há um cuidado especial na segunda fermentação. E para apurar a maciez do vinho, estagiam em barricas de carvalho.

É uma das uvas que contém maior quantidade de Reverastrol, substância encontrada nos vinhos tintos que ajuda na redução do mau colesterol e no combate ao câncer.
Possui seis vezes mais antioxidante que todas as outras.

Na França, a Tannat é muito utilizada para blends com a Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.

É a uva símbolo do Uruguai, onde é conhecida também pelo nome de Harriague, em homenagem a Pascual Harriague. Adaptou-se muito bem aos terroirs do Uruguai, tendo como resultado uma combinação perfeita entre acidez e taninos. São macios e elegantes.

Os vinhos Tannat são encorpados, potentes, com um vermelho intenso, e aromas que lembram figos e frutos vermelhos, como amoras e framboesas.
Os produzidos na região de Salto no Uruguai e na Campanha Gaúcha têm taninos mais suaves, mesmo assim encorpados e intensos.
Harmonizam com churrascos, parrillas e pratos substanciosos. Além de monocastas, os blends mais usuais são com Pinot Noir e Merlot.

No Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, várias vinícolas já estão também produzindo muito bons vinhos com esta uva.

Exatamente como ocorreu com a Carménère no Chile, com a praga da Filoxera no século XIX, a uva Tannat desapareceu na França. Em 1990, foi levada de volta para a Europa.

 

Região de Occitanie

ROTEIRO DE VIAGEM

O Uruguai faz fronteira com o Brasil na região da Campanha Gaúcha, ao sul do Rio Grande do Sul.

Uruguai e Campanha Gaúcha são compostos de planícies, pampas e propícios à criação do gado bovino e equino.
Por estarem nos paralelos 30 e 35, zonas temperadas, os mesmos das regiões vinícolas da África do Sul e Austrália, são propícias também ao plantio de vinhedos.

Os uruguaios são orgulhosos da sua história política, e de ter sido a terra natal de Carlos Gardel, o maior cantor de tangos de todos os tempos.
Ele nasceu em Tacuarembó, uma cidade ao norte, próxima da divisa com o Brasil, em Santana do Livramento.

Orgulham-se, também, do seu rebanho de gado, da carne, do vinho e principalmente do futebol.
Foram campeões do mundo duas vezes. Em 1950, em pleno Maracanã foram campeões do mundo, derrotando no jogo final a seleção brasileira por 2×1.
El Maracanazo
é um dos maiores orgulhos dos uruguaios.

Carlos Gardel Copa de 50

A maioria dos brasileiros que tem optado por fazer turismo no Uruguai o faz por algumas razões específicas. É muito próximo, não é tão caro e não precisa de muitos dias para conhecer e curtir.

De avião de São Paulo leva cerca de 2 horas e 30 minutos. Se morar nos estados do sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, dá para ir de carro, tranquilamente.

As opções de turismo de uma maneira geral são curtir Montevidéu, as praias de Punta Del Leste e José Ignácio, conhecer a Casapueblo do pintor Carlos Vilaró, visitar vinícolas, degustar muitos bons vinhos e comer ótimas carnes.
O Uruguai já dispõe de uma ótima estrutura de turismo para atender aos visitantes.

Toda vez que vou ao Uruguai encontro mais brasileiros, principalmente jovens e casais em lua de mel.
Apesar de todas as facilidades, recomendo que façam um planejamento da viagem como um todo, principalmente onde se hospedar.

Abaixo estou colocando o mapa de Montevidéu, para que possam entender melhor.

 

Mapa de Montevidéu

Montevidéu fica no estuário do Rio da Prata. Ao norte, ficam as regiões vinícolas de Canelones e Juanicó. A cerca de 180 quilômetros a Oeste, fica a cidade de Colônia, de onde saem os barcos que atravessam o Rio da Prata para Buenos Aires.

Em Canelones e Juanicó, está concentrado o maior número de vinícolas, entre elas a Bouzas, Carrau e Pizzorno.
Em Colônia além do porto, das balsas para Buenos Aires, as outras atrações são o centro histórico e as vinícolas.

A Leste de Montevidéu, a cerca de duas horas de carro ficam as praias de Punta del Leste, José Ignácio, a Casapueblo e vinícolas entre elas a Garzón, Vinhedos de Los Vientos e Viña Éden.

Se a sua programação é visitar a região de Canelones e Juanicó, recomendo hospedar-se em um hotel nos bairros de Positos, Punta Carretas, Cientro 18 de Julho ou Ciudad Vieja.
Vai ser mais fácil sair e entrar na cidade. O transito é relativamente complicado pela manhã e à tarde.

Se seu interesse são as praias de Punta del Este, José Ignácio e aproveitar para visitar vinícolas, recomendo hospedar-se em algum hotel nestas duas praias, ou em Montevidéu, de preferência nos bairros de Positos e principalmente Carrasco.

A cidade de Montevidéu não oferece muitas atrações. Não há também uma região específica de lojas e restaurantes. Está tudo muito espalhado. Em algumas regiões há shopping centers.

No centro histórico da cidade, onde estão a Catedral, Teatro Municipal, Praça da Liberdade com a estátua do herói José Artigas, museus e o Mercado Central, dá para caminhar durante o dia com segurança.

Uma das atrações desta região são os restaurantes de carnes e parrillas no Mercado Central.
Todas as vezes que fui ao Uruguai, hospedei-me em Montevidéu e de lá saí para os passeios.

Na Ciudad Vieja, hospedei-me no Hotel Alma Historica, um pequeno hotel de charme, no centro histórico, próximo do Mercado Central e da Catedral.

Esta região tem um movimento grande durante o dia. À noite com o fechamento das lojas, reduz bastante. Ficam abertos somente os restaurantes e bares.
Em uma outra vez, hospedei-me no Oliva Hotel, em Positos, pequeno, moderno e confortável.

Positos é uma região com casas, prédios de apartamentos residenciais, pequenos hotéis, alguns restaurantes e um shopping center.
  

GUIAS E AGÊNCIAS

Se pretender visitar vinícolas e fazer passeios, o ideal é contatar um guia ou uma agência de turismo que faz programações em grupos.

Com um guia dedicado, você poderá escolher as vinícolas que deseja visitar. Como são relativamente próximas uma das outras, é possível visitar quatro no mesmo dia.

Através das agências de turismo, você visita as vinícolas que estão na programação do tour.
Sempre que vou ao Uruguai, opto por um guia da Wine Experience, Ryan Hamilton, que fala fluentemente inglês, espanhol e português.
Ryan tem um ótimo relacionamento com os donos e enólogos de várias vinícolas e pode agendar visitas privadas.
O contato é pelo e-mail contact@thewine-experience.com

Duas agências bem cotadas no Trip Advisor são Master Turismo e Excellence Turismo.
Elas também atendem tours privados.

Não utilizei nenhuma delas, mas os comentários que tive de outros turistas foram sempre muito positivos.

Dicas de Rodovias

Para ir para Montevidéu de carro, há três opções para atravessar a fronteira.

Por Uruguaiana, seguir pela Rodovia 3 em direção à cidade de Salto, onde há várias vinícolas e os primeiros vinhedos de Tannat. Seguindo em direção ao sul pela mesma Rodovia 3, vai direto para Montevidéu.
A Rodovia 3 corre paralela à fronteira com a Argentina.

Por Santana do Livramento pela Rodovia 5 até Tacuarembó, cidade natal de Carlos Gardel, e depois seguindo pela mesma Rodovia 5, até Montevidéu.
Esta rodovia corre pelo centro do país.

A terceira opção é atravessar pelo Chuí, pela Rodovia 9, seguir para o sul, em direção a Punta del Este, e depois pela mesma Rodovia 9, continuar para Montevidéu.
A Rodovia 9 corre paralela ao Oceano Atlântico.

Estando em Montevidéu, é muito fácil chegar de carro nas vinícolas nas regiões de Juanicó e Castelones pela Rodovia 5.

Para Colônia e se quiser atravessar de carro para Buenos Aires, é pela Rodovia 1.
Para as praias de Punta del Este e José Ignácio, e visitar as vinícolas da região leste seguir pelas Rodovias 9 e 10.

 

Mapa das Rodovias

VISITAS ÀS VINÍCOLAS

Vinícolas ao Nordeste de Montevidéu

Saindo de Montevidéu pela Rodovia 5, em direção a Juanicó e Canelones, ao seu redor estão concentradas as mais importantes vinícolas do Uruguai.

Com um guia privado, consegue-se visitar até quatro vinícolas por dia.
Custa mais caro, mas você pode escolher as vinícolas e tem um atendimento personalizado.

Em um tour privado, saindo de Montevidéu às 9h30 dá para programar visitas a duas vinícolas pela manhã, às 10h30 e 12h, depois, almoçar em uma terceira às 13h30, visitar uma última às 16h, retornando para o hotel às 17h30.
Se preferir visitar em um tour em grupo, as escolhas das vinícolas serão de acordo com a programação das agências de turismo.

A maioria dos tours em grupos concentra as atividades nas degustações.
Há tours que incluem almoço com degustação.

Uma outra opção é se estiver de carro próprio.
É muito fácil chegar nas vinícolas. São todas muito próximas, e ao redor da Rodovia 5.

Algumas possuem atendimento em tempo integral, outras requerem reservas e marcações antecipadas.
Nos fins de semana, o atendimento na maioria é integral, inclusive nas que oferecem almoço.

Visitas às Vinícolas

Em minhas viagens, contrato sempre passeios privados. Além da degustação, o objetivo é sempre buscar informações mais detalhadas das vinícolas, das uvas, dos vinhos, fotos e conteúdos para o livro.

Somos sempre recepcionados pelos proprietários, enólogos ou pelos gerentes comerciais.
A maioria dos proprietários das vinícolas são membros da 3ª geração de famílias que vieram da Espanha, Itália, França e Alemanha.

Na região de Canelones, muitos são das Ilhas Canárias e, por isso, são chamados de “Canários”.

A maioria das vinícolas produz vários rótulos monocastas e blends, com Tannat. No entanto, para atender as preferências dos consumidores, têm produzido vinhos com diversas outras castas.

Uruguai está entre os Paralelos 30° e 35°, os mesmos da África do Sul, Nova Zelândia e Austrália, propício a cultivar com sucesso várias castas.

As uvas mais utilizadas no Uruguai são:

Vinhos tintos

Tannat – Cabernet Sauvignon – Merlot – Pinot Noir – Cabernet Franc

Nebiolo – Tempranillo – Marselan – Shiraz – Petit Verdot

Vinhos brancos

Chardonnay – Riesling – Sauvignon Blanc – Torronté – Viognier

Pinot Blanc – Alvarinho – Gewürztraminer
 

Antígua Bodega

Fomos recepcionados pela proprietária Virginia Stagnari, a enóloga Laura Casella e o gerente comercial e de exportação Fabian Houjeije.

Produzem vinhos com as uvas Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sangiovese, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.

Seus principais vinhos levam as marcas PEDREGAL, PRIMA DONNA E OSIRIS.
Há um tinto especial com a marca IL NERO.
O local é muito bonito, arborizado, rodeado de vinhedos, agradável para caminhar e fotografar.

Antígua Bodega


Bodega Bouza

É uma das mais conhecidas e visitadas pelos brasileiros. Fica relativamente próxima de Montevidéu e tem atendimento em tempo integral, ou seja, não há necessidade de reservar a visita.

Fomos recepcionados pelo proprietário Manuel Bouzas e o enólogo Dr. Eduardo Boido.
Produzem seus vinhos com as uvas Tannat, Merlot, Tempranillo, Pinot Noir, Alvarinho, Chardonnay e Riesling.

Os principais vinhos levam no rótulo a marca BOUZA. O local era uma fazenda, com alguns edifícios antigos restaurados.

O atendimento do enoturismo e a loja para as vendas dos vinhos são em edifícios novos e modernos.
O local é amplo, com um restaurante e um museu de carros.
O atendimento é bem profissional. Atendem muitos grupos de agências de turismo.

Bodega Bouza


Bodegas Carrau

É também próximo de Montevidéu.

Fomos muito bem recepcionados pelos proprietários Javier Carrau, Ignácio Carrau e o filho Marcos Carrau, com almoço e degustação dos vinhos.
Produzem vinhos com as uvas Tannat, Merlot, Cabernet Franc, Nebiolo e Chardonnay.

Seu principal vinho é o tinto JUAN CARRAU.
Muito arborizado, espaçoso e com um pequeno vinhedo, com as diversas castas que cultivam.

Bodegas Carrau


Bodegas Castillo Viejo

Fomos recepcionados pela proprietária Ana Anfuso e sua filha e Diretora Comercial Mariana Anfuso.
Produzem vinhos com as uvas Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Pinot Noir, Marselan, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viognier e Gewürztraminer.

Os principais vinhos são CATAMAYOR E VIEJA PARCELA.
Oferecem uma lista de rótulos com uma grande variedade de monocastas e blends.

É uma vinícola familiar e muito tradicional.
São prédios mais antigos, amplos e que transmitem um clima de simplicidade.

O salão do enoturismo é grande, um pouco escuro, mas combina com a degustação dos vinhos

Bodegas Castillo Viejo

Bodega Marichal

Fica em Canelones e é a mais distante de Montevidéu.
Fomos recepcionados pelo proprietário, diretor comercial e enólogo Juan Andrés Marichal.

Produzem vinhos com as uvas Tannat, Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
Seus principais vinhos levam a marca MARICHAL.

O local do enoturismo é bem simples, mas todo rodeado de vinhedos.

Bodega Marichal

Bodega Pizzorno

Fomos recepcionados pelo Diretor de Exportação Francesco Pizzorno.
Produzem vinhos com as uvas Tannat, Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Petit Verdot, Sauvignon Blanc e Pinot Blanc.
Seus principais vinhos levam as marcas DON PROSPERO E PIZZORNO.

Fica também em Canelones. O local do enoturismo é pequeno, simples, mas bem agradável. O passeio pela área das barricas de carvalho, no subsolo, é um must na visita.

Bodega Pizzorno


Bodega Spinoglio

Uma das mais bonitas vinícolas da região, tanto no paisagismo como nos edifícios que compõem o local. Uma combinação linda e perfeita de árvores, flores e vinhedos.

Fomos recepcionados pelos proprietários, a responsável pelos eventos e enoturismo Alejandra Spignólio e o enólogo Diego Spignólio. A visita incluiu o almoço com a degustação dos vinhos e um ótimo papo.
Produzem vinhos com as uvas Tannat, Merlot, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc.

Os principais vinhos levam a marca TIERRA ALTA, mas há um tinto especial produzido em anos de uvas excepcionais, TONEL DIEZ.

O local como um todo é muito bonito. Os edifícios antigos restaurados proporcionam um contraste muito bonito com os edifícios novos do restaurante e enoturismo.
Há um edifício antigo com um grande salão, com barris de carvalho gigantes, onde está o mítico Tonel Diez, e que é utilizado para casamentos e grandes eventos.

 

Bodega Spinoglio e o Tonel Diez

  
Establecimento (Bodega) Juanicó

Fica também próximo de Canelones, na Vila Juanicó.
Fomos recepcionados pelo Gerente Comercial e Exportação Gonzalo Garcia.

A visita incluiu almoço com degustação dos vinhos.
Produzem vinhos com as uvas Tannat, Shiraz, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot, Chadornnay e Viognier.

Seus principais vinhos levam a marca DON PASCUAL, em homenagem a Pascual Harriague.
O enoturismo é em um edifício amplo, rodeado de vinhedos.
O atendimento para almoço e degustação é em tempo integral, independente de reservas.

Como é muito utilizada por grupos de agências de turismos, recomendo nos fins de semana fazer a reserva com antecedência.

Bodega Juanicó

Bodega Pisano

Esta vinícola não atende enoturismo. Aliás, vangloriam-se de produzir vinhos e exportar para 45 países diferentes.

Conseguimos uma visita especial através no nosso guia Ryan Hamilton da Wine Experience.
Fomos recepcionados pelo proprietário Gustavo Pisano e o Gerente de Exportação Nikolas Kosik.
Produzem vinhos com Tannat, Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Shiraz, Petit Verdot, Torrontés.

Principais vinhos levam as marcas CISPLATINO, RPF e RIO DE LOS PÁJAROS.
Para muitos especialistas estão entre os melhores vinhos do Uruguai.

Bodega Pisano

Vinícolas a Leste de Montevidéo

Há poucas vinícolas na direção de Punta del Este.
Se ficar hospedado em Montevidéu, o ideal é programar o dia inteiro para visitar duas vinícolas, e conhecer Punta del Este e José Ignácio.

Se houver tempo e interesse, visitar também a Casapueblo.
Se optar por hospedar-se à beira-mar, pode curtir as praias e dedicar algum tempo para as vinícolas próximas.

Sempre nos hospedamos em Montevidéu e programamos, pelo menos, um dia inteiro para esse lado.

Incluímos em uma das vezes conhecer a Casapueblo, do pintor Carlos Vilaró, em Punta Balenas.
Vou falar sobre ela logo a seguir.

Visita às Vinicolas

Bodega Garzón

A mais bonita do Uruguai, sem dúvida.
Localização espetacular com edifícios modernos e um enoturismo de altíssimo nível.

Nossa visita foi em grupo e seguiu os padrões que incluíram as histórias, as explicações do guia e a degustação. Se puder, vale a pena visitar, é muito linda.

Produzem vinhos com as uvas Tannat, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Petit Verdot e Alvarinho. Os principais vinhos são GARZON, PETIT CLOS e BALASTO.

Bodega Garzón

 
VIÑA EDÉN

Fica na região de Maldonado, próxima da vilazinha de Pueblo Edén, uma área nova de vinhedos, e a cerca de 40 quilômetros do Oceano Atlântico.

Fomos recepcionados pelo proprietário Mauricio Zlatkin. Produzem vinhos com as uvas Tannat e Chardonnay. Seus principais vinhos levam no rótulo as marcas VIÑA EDEN e CERRO NEGRO.

Em nossa visita, Mauricio nos mostrou um projeto que estão desenvolvendo para vender quotas dos vinhedos e da produção dos vinhos.

A Viña Eden cuidaria da agronomia, da enologia e da produção dos vinhos e os coproprietários poderiam ter seus próprios vinhedos e vinhos personalizados.

Viña Edén

 

CASAPUEBLO – CARLOS PÁEZ VILARÓ

Fica em Punta Balenas, muito próximo de Punta del Este.
Carlos Vilaró, contemporâneo e amigo de Pablo Picasso, é o pintor uruguaio mais famoso internacionalmente. Além das pinturas, adorava música, carnaval e candomblé.

Em 1972, vivenciou uma experiência traumática. Seu filho foi um dos poucos sobreviventes do avião, com os jogadores de rugby da seleção uruguaia, que caiu nos Andes.

Mas ele é também muito famoso pela Casapueblo que construiu em Punta Balenas, de frente para o mar. Seguindo suas próprias instruções de arquitetura construiu uma casa totalmente fora dos padrões convencionais.

Lembra um pouco as casas brancas das ilhas gregas.
Casapueblo abriga hoje um museu com várias de suas obras e objetos pessoais, um hotel de alto nível e ainda a casa da família, onde moram seus herdeiros.

Casapueblo – Carlos Páez Vilaró

Casapueblo – Carlos Páez Vilaró

 
Era uma casa muito engraçada…

Houve um período em Punta del Este que eram famosas e disputadas as festas de Ano Novo e Carnaval organizadas por brasileiros. Era um point dos VIPS do Brasil, Uruguai e Argentina.

Neste período, havia também bares e boates com músicas brasileiras.
Vinicius de Moraes estava sempre por lá, curtindo e se apresentando em uma boate chamada Cirrosis. Que ironia, ele morreu disto.

Na época, Vilaró estava construindo sua Casapueblo, e Vinicius, para homenageá-lo, fez os versos da música “A CASA” que diz “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…”

“Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…”

Uruguai é um país de um povo simples e acolhedor. Montevidéu é uma cidade tranquila e segura. É um lugar que gosto muito de ir, para curtir a gastronomia, carnes, vinhos e os passeios pelas vinícolas.

Se desejar entre em contato comigo que eu posso lhe ajudar a fazer o roteiro de sua viagem.
  

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