SOBRE UVAS, VINHOS E HISTÓRIA… ESTRADA ROMÂNTICA
21 nov 2014 às 17h57
A Romantic Strabe, ou Romantic Road, ou ainda Estrada Romantica vai de Wurzburg, na região central da Alemanha até Fussen, no sul, já perto do Alpes.
É uma estrada de 410 quilometros que passa por 28 cidades medievais , muito perto umas das outras.
É possível guiar por todos os 410 quilometros em um dia. Mas se quiser conhecer melhor a região, o ideal é dedicar no mínimo três dias.
A Romantic Strabe foi uma idéia de turismo brilhante.
Todas estas cidades no passado estavam ligadas entre si por estradas pequenas, e era o caminho de Frankfurt e Wurzburg para Munich no sul do país.
Com as contruções das autopistas, estas estradas tornaram-se secundárias.
Muito da economia que era gerada pelo trafego interno nestas rodovias secundárias, ficou comprometida.
A idéia de transformar estas pequenas estradas em uma Estrada Romantica, alem de estimular a economia, criou pólos turísticos atraentes.
Antes de viajar fiz uma programação e um planejamento das cidades que eu iria dedicar mais tempo e as que iria dormir.
O mapa e as descrições das cidades são encontrados fácilmente na Internet.
Aluguei um carro no aeroporto de Frankfurt e como eu já conhecia Wurzburg , iniciei o passeio pela segunda cidade, Tauberbischofsheim.
Esta região toda, em volta de Wurzburg faz parte da Franconia, considerada a mais importante na produção de vinhos da Alemanha.
Segundo registros históricos o vinho é produzido nesta região há 1.000 anos, inclusive há um documento datado do ano 777 em que Carlos Magno doa uma vinícola inteira à um Monastério da região.
Logo no inicio, nos quilometros 41 e 63, as cidades de Lauda-Konigshofen e Weikersheim são produtoras de vinho.
Predomina o vinho branco produzido com as uvas Silvaner, Muller-Thurgan e Riesling, e que representa 80% de toda produção.
O vinho tinto é produzido principalmente com a uva PInot Noir.
Visitei algumas vinícolas e degustei vários vinhos.
Não sou muito ligado no vinho branco, mas os que experimentei eram muito bons.
Já os tintos, para o meu gosto, deixaram a desejar.
Não vale a pena ficar muito tempo nestas cidades .
São cidades de passagem que voce pode parar, conhecer, degustar algum vinho e seguir em frente.
No primeiro dia fui dormir em Rottenburg ob der Tauber.
Voce pode entrar de carro dentro das muralhas , seguir as indicações e buscar um hotel.
Já estive nesta cidade várias vezes,e volto sempre.
É uma cidade medieval, prédios e casarões antigos, cheia de atrações, é indescritível. Só indo lá para ver como é linda.
Uma cidade tão atraente que há tours diários de Frankfurt e Munich, que ficam a mais de 200 quilometros .
A cidade tem muitas atrações, mas há um lugar que eu faço questão de visitar.
Uma livraria muito charmosa, que eu inclusive , usei como referencia para o show room da Rua Tabapuã, na época da Makron Books.
Como chegar lá ??
Na praça principal, onde está o chafariz. Se ficar de frente para o relógio astronômico, é uma ruazinha, à direita, que tem lojas de sapatos e que vai dar em um dos arcos de saída da cidade.
A livraria fica no fim da rua à esquerda.
Há também todos os dias as 20hs um tour a pé que sai da praça central guiado por um personagem muito especial.
Ele mostra lugares especiais , escuros, escondidos, relacionados a história.
Custa E$ 7,00 por pessoa e dura uma hora.
A cidade é cheia de histórias, e uma delas, muito especial.
Já no fim da 2ª Guerra Mundial, os americanos e franceses bombardearam com aviões varias cidades onde haviam destacamentos nazistas.
Quando os aviões sobrevoaram Rottenburg, havia uma neblina tão intensa que não conseguiram localizar.
Jogaram algumas bombas, fizeram um pequeno estrago e desistiram.
Resolveram então enviar um contingente por terra para tomar a cidade.
O General americano John McCloy comandante do destacamento, quando chegou nos arredores e viu as muralhas, veio à sua memória imagens e histórias da sua infância.
Sua mãe sempre lhe contava de uma cidade medieval que ela havia conhecido na Alemanha, e que de tão linda , havia pintado várias telas.
Ele reconheceu em Rottenburg a cidade medieval das histórias e das telas da sua mãe, e tomou uma decisão.
“Não vamos bombardear , vamos dar uma oportunidade aos nazistas de deixarem a cidade”
O comandante alemão por sua vez, havia assumido o posto há poucos dias e já sabia que a guerra estava perdida. Para proteger a si e seus comandados aceitou entregar a cidade no dia seguinte.
Dito e feito, na manhã seguinte todo destacamento alemão abandonou a cidade e os americanos puderam assumir sem disparar nenhum tiro.
Esta é a razão porque Rottenburg ob der Tauber foi uma das poucas cidades que conservaram suas muralhas, prédios e edifícios intactos.
Em 1952 o General McCloy já reformado voltou a cidade e foi devidamente homenageado.
No dia seguinte segui viagem logo após o almoço.
O próximo pernoite seria em Nordlingen.
No caminho anotei quatro cidades que na minha programação não havia nada em especial.
Fui surpreendido quando passei por Dinkelsbuhl.
Uma cidade de tamanho médio, linda, maravilhosa !
Os prédios, as cores vivas dos edifícios medievais, ruas largas, grande movimento de pessoas , lojas, restaurantes, igrejas belíssimas,castelo, museus, gente bonita. Fiquei deslumbrado.
Vou voltar com certeza para dedicar e ficar mais tempo.
No fim da tarde cheguei a Nordlingen para pernoitar.
Esta cidade fica em uma cratera formada pela queda de um meteoro há 15 milhões de anos.
Vale a pena uma descrição maior.
Vou deixar para o próximo Blog e completar a Estrada Romântica.
Perguntas e dicas contatem me diretamente – miltonassumpcao@terra.com.br
Praça central da cidade de Weikersheim | Degustando vinho em Lauda-Konigsshofen |
Uma das portas de entradas de Rottenburg ob der Tauber | Entrada da rua principal em Rottenburg ob der Tauber |
Guia do passeio noturno em Rottenburg ob der Tauber | Prédios coloridos na bela cidade de Dinkelsbuhl |
Arquitetura padrão na maioria das cidades românticas. | Area central de Rottenburg ob der Tauber |