SOBRE UVAS, VINHOS E HISTÓRIA… GARIBALDI, BENTO GONÇALVES E REGIÕES

18 mai 2016 às 10h59

A região de maior produção de vinhos no Brasil está situada no Rio Grande do Sul, e tem como cidades mais importantes: Bento Gonçalves, Garibaldi, Caxias do Sul, Farroupilha, Pinto Bandeira e Monte Belo do Sul.

Além do Vale dos Vinhedos, onde estão concentradas importantes vinícolas, ou Cantinas, como dizem por lá, outras cidades e regiões participam da produção do vinho, como a Campanha Gaúcha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra.

O Rio Grande do Sul contribui com 90% da produção de vinhos do Brasil.

No Século XIX, durante o Segundo Império, o sul do Brasil teve uma intensa movimentação política que influenciou e determinou o desenvolvimento da região.

Em 1828, através do conflito Guerra da Cisplatina, o Uruguai, território que pertencia ao Brasil, proclamou sua Independência, com a ajuda da Argentina e da Inglaterra.

Incentivados pelos gritos de liberdade dos uruguaios em 1835, a província de São Pedro do Rio Grande do Sul, proclamou sua Independência, criando a República Rio-grandense.

A província de São Pedro do Rio Grande do Sul era formada por donatários, com vínculos não tão próximos da Coroa Brasileira sediada no Rio de Janeiro e muito influenciada pela proximidade das regiões dominadas pelos hispânicos.

A Guerra Farroupilha ou dos Farrapos durou 10 anos, foi dominada pela intervenção militar do exército comandado pelo Duque de Caxias, e deixou marcas profundas e sentimentos de nacionalidade no povo gaúcho, que persistem até hoje.

Nos anos seguintes, entre 1864 e 1870, o Brasil, a Argentina e o Uruguai firmaram a Tríplice Aliança, para combater Solano Lopez na Guerra do Paraguai.

Pela proximidade regional, o Rio Grande do Sul teve participação estratégica importante. E foi quando a Coroa Brasileira consolidou e estabeleceu suas atenções e controles sobre esta região.

O Rio Grande do Sul sempre foi um grande produtor de grãos e criador de gado.

Giuseppe Garibaldi Bento Gonçalves

Para promover o desenvolvimento da região, o governo do estado criou algumas colônias com o objetivo de assentar famílias e estimular a produção de bens.

Em 1870, foram criadas a colônia Dona Isabel, em homenagem à filha de D.Pedro II, a colônia Conde D’Eu, herói da Guerra do Paraguai, e a colônia Santa Tereza de Caxias.

A colônia Dona Isabel foi depois rebatizada com o nome do herói da Guerra Farroupilha, Bento Gonçalves. Conde D’Eu mudou para Garibaldi, também importante participante da Guerra dos Farrapos. Santa Tereza de Caxias tornou-se Caxias do Sul, em homenagem ao Duque de Caxias.

OS IMIGRANTES E AS PRIMEIRAS UVAS

Sete Povos das Missões eram sete aldeamentos indígenas fundados por jesuítas espanhóis à margem leste do Rio Uruguai.

Em 1626, o jesuíta espanhol Roque Gonzales de Santa Cruz plantou, na aldeia São Nicolau, os primeiros vinhedos para produzir vinho para as cerimônias religiosas.

Os jesuítas espanhóis trouxeram as sementes do México e já haviam desenvolvido em 1553, os primeiros vinhedos da Argentina, próximo dali em Santiago del Estero.

Em 1737, portugueses das Ilhas do Açores fundadores de Porto Alegre plantaram vinhedos com cepas trazidas de Portugal, para utilização própria, sem disseminação desta cultura.

Para estimular o desenvolvimento do estado, o governo iniciou uma propaganda em toda Europa para atrair imigrantes.

Os primeiros a chegar foram os alemães, poloneses e austríacos por volta de 1824 para as regiões de São Leopoldo e São Marcos.

A uva americana Isabel, trazida de Washington, chegou à Serra Gaúcha em 1839.

Os primeiros imigrantes italianos vindos das regiões italianas do Vêneto e Tirol Austríaco chegaram em 1875.

Conta a história que a propaganda para atraí-los dizia que iriam encontrar ótimas condições de moradia e plantio, e ao chegar foram surpreendidos. A região era totalmente selvagem que precisava ser desbravada. Moradias teriam de ser construídas e campos serem abertos para plantio.

Além disso, havia na região alguns índios bugres, o que dificultou um pouco a fixação.

A terra, o clima, no entanto, eram muito bons, e lhes deu muita esperança e confiança.

Muitos dos imigrantes chegaram com algumas profissões, como marceneiros, ferreiros, sapateiros, carpinteiros e alfaiates, o que ajudou na formação das comunidades.

Entrada em Bento Gonçalves Garibaldi

O governo dividiu toda a região em Linhas e Lotes.

À medida que os lotes foram sendo distribuídos e as famílias, assentadas, eram construídas igrejinhas para integração e socialização.

Ainda hoje as linhas e as capelas são referências para a identificação, como em Bento Gonçalves, as linhas Santo Antão, Salsedo, Pradel, Barracão.

No Vale dos Vinhedos, as linhas Graciema, Leopoldina, Zemith, e as capelas N. Sª das Neves, N. Sª das Almas, N. Sª da Glória, Santa Lucia.

Em Garibaldi, as linhas Garibaldina, Graciema, Araripe, e as capelas São Roque, São Miguel, São Gabriel.

Em Farroupilha, a capela de N. Sªde Caravaggio tornou-se um santuário religioso.

Os imigrantes italianos no início criavam ovelhas, porcos, vacas, produziam queijo e plantavam feijão e trigo.

Não trouxeram da Itália cepas de uvas.

Foi quando desceram a serra para fazer as trocas de suas produções, por outros mantimentos, que tomaram contato com a uva Isabel, que estava sendo plantada pelos alemães.

A uva se adaptou muito bem no alto da serra.

Em 1890, o vinho estava sendo produzido em alta escala. Já eram um importante produto de troca para a obtenção de mantimentos, ferramentas agrícolas, querosene, tecido, café e açúcar.

Vinhedos na Serra Gaúcha

OS PIONEIROS

Em 1898, o imigrante italiano da cidade de Luca, Antonio Pierucini, empreendeu uma verdadeira aventura, e levou algumas barricas de vinho em lombos de burros até São Simão, no interior do Estado de São Paulo.

São Simão é uma pequena cidade próxima de Ribeirão Preto, que recebeu, na mesma época, imigrantes italianos para trabalhar nas lavouras de café. É bem provável que a escolha da cidade por Antonio Pierucini esteja ligada ao reencontro de pessoas da família ou da mesma região de origem.

Minha avó paterna Maria de Jesus Mira, imigrante do Vêneto, chegou em São Simão em 1880 para trabalhar na lavoura de café, e deve ter sido contemporânea deste fato.

Em 1900, foi a vez do imigrante de Vicenza, Abramo Eberle, chegar com o primeiro carregamento de vinhos da Serra Gaúcha na capital de São Paulo.

Em 1910, com a chegada de um ramal do trem em Caxias do Sul, o vinho dos imigrantes passou a chegar com assiduidade em Porto Alegre.

Em 1919, o trem chegou em Bento Gonçalves. Na época, o vinho era comercializado em barricas e depois em garrafões.

PRIMEIROS GRANDES PRODUTORES

PETERLONGO

Em 1899, chegou ao Brasil o imigrante italiano, engenheiro e agrimensor, Manoel PETERLONGO, contratado para trabalhar no traçado da cidade de Garibaldi.

Em 1915, produziu-se o primeiro Champagne no Brasil.

Na época, a região demarcada de Champagne, na França, não havia ainda questionado no Comércio Internacional a Denominação de Origem para os espumantes.

Anos mais tarde, o Supremo Tribunal Federal outorgou a Peterlongo o direito de utilizar a denominação Champagne sob a justificativa de que esta titulação estava ligada ao método Champenoise e não à origem.

A partir de 1930, o CHAMPAGNE PETERLONGO tornou-se reconhecido nacionalmente. O Presidente Getúlio Vargas, amigo pessoal da família Peterlongo, passou a utilizá-lo em cerimônias políticas.

O champagne passou a ser obrigatório em festas, casamentos e outras celebrações, como batismos de aviões e navios.

Em 1942, PETERLONGO realizou a primeira exportação para a loja de departamentos Macy’s em Nova York.

Em 1968, quando da visita da Rainha da Inglaterra Elizabeth II e seu esposo Príncipe Phillip a São Paulo, o Governador Abreu Sodré ofereceu um jantar regado ao Champagne Peterlongo.

Consta que os convidados apreciaram muito sua qualidade.

A Peterlongo continua sendo muito bem-sucedida na produção e venda desta bebida, e tem utilizado a denominação de Espumante para algumas variedades.

Edifício antigo da Peterlongo

COOPERATIVA AURORA

Em 1931, 16 famílias de imigrantes uniram-se e fundaram a COOPERATIVA AURORA, para a produção e a venda de vinhos.

Além das uvas fornecidas pelas famílias, abriram a possibilidade de compra da safra de outros imigrantes. A certeza da venda incentivou o plantio e o cultivo de vinhedos.

Em 1980, atendendo as tendências do mercado e do turismo, abriu suas instalações à visitação.

A Vinícola Aurora é hoje uma das mais importantes produtoras de vinhos da região e do Brasil. Continua comprando a produção de vários produtores individuais para fazer seu vinho. Seu portfólio de produtos acumula mais de 200 itens.

Em 2016, celebrou 85 anos de existência, e acumula dezenas de premiações, de ouro e prata, em concursos de vinhos ligeiros e espumantes.

Foi e tem sido uma das maiores responsáveis pela disseminação do consumo de vinho no Brasil.

Cooperativa Aurora

VINÍCOLA SALTON

Em 1878, chegou ao Brasil o imigrante italiano, Antonio Domênico SALTON, da cidade Cisondi di Valmarino, no Vêneto.

Em 1910, seus sete filhos, Paulo, Ângelo, João, José, Cezar, Luiz e Antonio iniciaram juntos um negócio de “secos e molhados” sob a denominação de Paulo Salton & Irmãos.

Com a expansão dos negócios, em 1922 mudaram a razão social para Paulo Salton Armazéns Gerais.

Até então, a venda de vinhos era uma parte dos negócios.

A partir de 1933, quando produziram seu primeiro vinho espumante, o foco dos negócios foi sendo alterado para a produção e a comercialização de vinhos.

A produção de tintos veio logo a seguir.

Em 1948, estrategicamente abriram uma filial na cidade de São Paulo, que facilitou a distribuição e a consolidação da liderança.

A SALTON tornou-se uma referência do vinho tinto no Brasil a partir de 1950. Seus garrafões eram reconhecidos e vendidos em todo o território nacional.

O Conhaque Presidente, lançado em 1951, ampliou sua rede de negócios.

Em 1990, com o início da consolidação do vinho como um produto de consumo de alta qualidade, promoveram uma total reestruturação em seus vinhedos e na produção industrial.

Em 2004, inauguraram o novo e lindo edifício no Distrito de Tuiuty, no Vale do Rio das Antas.

Mas as consagrações definitivas vieram a seguir.

Em 2007, quando da visita do Papa Bento XVI para a Conferência Episcopal Latino Americana em Aparecida do Norte, o vinho servido foi o tinto Salton Talento 2004.

Em 2013, quando da visita do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro o vinho servido foi o tinto Salton Talento 2007.

Os dois cálices utilizados pelos Papas estão à exposição no edifício novo.

Prédio da Salton Vinhos servidos aos Papas



Cálices dos Papas Bento XVI e Francisco, diferença dos estilos

O TERROIR E AS UVAS

Uma dúvida que sempre tive em relação à produção do vinho da Serra Gaúcha foi o fato de utilizarem diversas castas de uvas, independentemente do terroir.

Há varias opções de vinhos varietais (casta única), com uvas, como Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Cabernet Franc, Merlot, Tannat, Touriga Nacional e muitas outras.

Há uma regra que diz que o terroir determina a melhor uva, para o melhor vinho.

Na Borgonha, todos os vinhos são produzidos com a uva Pinot Noir, é obrigatório. Ou seja, é a uva que melhor se adaptou ao seu terroir.

No Barolo, são as uvas Nebiolo, Barbaresco e Barbera.

Na Toscana, Itália, utilizam a Sangiovesi, tanto para o Brunello de Montalcino como o Vino Nobile de Montepulciano.

Em Montalcino, você escolhe um Biondi-Sancti ou Castelo de Banfi, e a uva será sempre a Sangiovesi.

Nas outras regiões vinícolas acontece o mesmo, a escolha é pela vinícola.

Há duas explicações simples para a grande variedade de castas nos vinhos gaúchos.

A primeira é uma explicação técnica. O solo, na sua maioria, é composto de argila, e em alguns lugares, um pouco de pedra e cascalho.

Toda a Serra Gaúcha é ainda muito arborizada, com matas preservadas, e muitos riachos.

O clima é úmido, temperado e quente, com noites temperadas, o que dá uma característica própria aos vinhos da região. Diferente da Argentina e do Chile, onde a umidade é muito baixa.

Na Serra, a umidade chega a 78 por cento.

Os vinhedos estão na sua maioria a 400 e 600 metros de altitude.

Estas características oferecem possibilidades para plantar várias uvas, com uma vantagem um pouco maior para os Merlot e Pinot Noir, espumantes e vinhos mais leves.

A segunda explicação é de marketing. “O brasileiro não bebe vinho, ele bebe a uva!”

O brasileiro escolhe o vinho pela casta da uva.

Como o terroir não é determinante para definir a melhor casta, e os produtores têm obtido bons resultados com várias delas, é estratégico produzir várias opções para atingir um público consumidor maior. Ou seja, atender a todos os gostos.

Eu concordo plenamente com isso. Tenho consumido regularmente vinhos das vinícolas Don Laurindo e Pizzato, seus Merlot, Tannat e Cabernet são de muita qualidade.

Isso é plenamente possível. Em Mendoza, na Vinícola Luigi Bosca provei um Pinot Noir que não deve nada a um Borgonha.

Do mesmo modo que em Santa Cruz, no Chile, na vinícola Viu Manet, bebi um Malbec tão bom como de Mendoza.

A verdade é que o terroir da Serra Gaúcha é peculiar e único. Muito diferente de Argentina, Chile, Espanha, Austrália e África do Sul.

E os produtores entenderam e estão tirando de lá o melhor. Estão cada vez mais investindo em espumantes, com excelentes resultados, coisas do terroir!

Mapa do Vale dos Vinhedos

OS NOVOS VINHEDOS

Com a escassez de espaço disponível, preços altos, em Bento Gonçalves, Garibaldi e toda a região do Vale do Rio das Antas, um grande número de produtores estão adquirindo propriedades e plantando seus novos vinhedos na Campanha Gaúcha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra.

CAMPANHA GAÚCHA

É a região mais ao sul do Rio Grande, que se limita com o Uruguai e um pequeno pedaço da Argentina.

São os Pampas, segundo os gaúchos, onde se produz a melhor carne do mundo. É uma combinação perfeita de produção de carnes e vinhos.

A altitude média é de 100 a 300 metros do nível do mar. O clima tem uma ótima amplitude térmica, muito propício ao plantio de uvas. Os dias são quentes e secos; e as noites, mais frias.

O solo é arenoso e com ótima drenagem.

Um dado muito interessante é que a região se situa próximo do paralelo 31, o mesmo das regiões vinícolas da África do Sul e Austrália.

Não é uma região nova de vinhos. A primeira vinícola, a Quinta do Seival foi fundada em 1888.

Hoje são mais de 200 produtores.

As cidades mais importantes são Candiota, Bagé, Don Pedrito, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana, Itaqui, Macambará, entre outras.

A região foi escolhida pelos produtores da Serra Gaúcha para suas expansões, por várias razões.

Já estavam lá, outros produtores, produzindo vinhos de muito boa qualidade.

O preço das terras ainda era acessível.

E, tecnicamente, porque o terroir além de ser propício a várias castas, tanto para tintos como para brancos, proporciona alto rendimento.

Muitos produtores que visitei já compraram terras nesta região. O preço das terras hoje já é muito alto.

A princípio, o planejamento é colher as uvas e processar o vinho na Serra Gaúcha, onde estão suas indústrias, no entanto, alguns produtores já estão fixando operações naquela região.

A Campanha Gaúcha já é uma atração de turismo. Além de visitar Bento Gonçalves, Garibaldi e Vale dos Vinhedos, os amantes de vinhos têm esta nova opção na região mais ao sul.

É ótimo, porque está muito próximo de Montevidéu e Buenos Aires.

SERRA DO SUDESTE

A região sudeste, na latitude de 29 graus, tem sido também uma opção para os novos vinhedos. Alguns produtores importantes como Casa Valduga e Chandon estão plantando seus novos vinhedos nesta região.

A Serra do Sudeste fica entre a Lagoa dos Patos e o leste da Campanha Gaúcha.

A serra tem topografia ondulada, solo granítico e altitude média de 600 metros do nível do mar. O clima é seco, com pouca umidade e noites mais frias.

Aqui estão sendo plantadas castas européias objetivando vinhos tintos e espumantes de alta qualidade.

As duas cidades de referência desta região são Encruzilhada do Sul e Pinheiro Machado.

CAMPOS DE CIMA DA SERRA

É também conhecida como Campos de Vacaria. Está localizada na divisa com Santa Catarina e engloba entre outras cidades, Cambará do Sul, Bom Jesus, São Francisco de Paula e Vacaria.

A área é propícia para os vinhedos. Está a uma altitude média acima de 900 metros. O solo é calcário e argiloso. Tem ventos constantes que ajudam a reduzir a umidade. Os verões são relativamente secos, com calor de dia e noites amenas, propício a uma lenta maturação das uvas. O que é muito bom para a qualidade do vinho.

Na região já existiam algumas vinícolas, mas principalmente produtores de frutas, sobretudo de maçãs.

Atualmente há uma migração de produtores de vinhos, adquirindo propriedades e plantando novos vinhedos.

Tanto na Campanha Gaúcha como em Campos de Cima da Serra e Serra do Sudeste, as uvas plantadas são das mesmas variedades da região da Serra Gaúcha.

Regiões dos vinhedos

AS CASTAS DE UVAS

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região do Brasil a obter a Indicação de Procedência, podendo colocar nas garrafas de seus vinhos tintos e espumantes o Selo de Controle.

O reconhecimento geográfico foi outorgado pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) em 2002.

O trabalho de demarcação foi efetuado pela Universidade de Caxias do Sul e técnicos da EMBRAPA.

A Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos estabeleceu normas para cultivo e processamento das bebidas.

Só poderão colocar o Selo de Procedência os vinhos produzidos dentro das especificações abaixo:

TINTOS – Merlot, como uva principal, mínimo de 85%. As uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat como variedades para corte ou blend.

BRANCOS – Chardonnay como uva principal, mínimo de 85%. A Reisling Itálico como variedade para corte ou blend.

ESPUMANTES – Chardonnay ou Pinot Noir como uvas principais, mínimo 85%. A Riesling Itálico para corte ou blend.

Obrigatória a utilização do método Champenoise na produção dos espumantes.

Somente vinhos dentro destas composições podem aplicar o Selo nas garrafas.

Em todo Rio Grande do Sul são cultivados um número muito grande de castas de uvas.

As vinícolas em sua maioria têm em seus catálogos vinhos produzidos com uma variedade de uvas, que o produtor ou o enólogo pensam ser mais convenientes.

A maioria dos produtores tem um vinho varietal com a uva Merlot, que é a casta reconhecida. Produzem outros varietais com uvas que pensam ser melhor para seus negócios, e vários vinhos com cortes ou blends bem variados.

Como expliquei anteriormente, o terroir da região não reconhece uma casta específica. A uva Merlot foi escolhida para o Selo de Origem, de comum acordo entre os produtores.

A Merlot é uma casta importante, mas não a mais importante para muitos.

A escolha da uva a ser cultivada e do vinho a ser produzido está mais ligada a marketing e vendas. A estratégia é oferecer ao cliente várias opções que atendam suas preferências e gostos.

O brasileiro bebe a uva!

Relação de castas para os tintos que pude anotar: Merlot, Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Pinotage, Touriga Nacional, Barbera, Tempranillo, Malbec e Afrocheiro.

Para os vinhos brancos: Chardonnay, Riesling Itálico, PinotGrigio, Sauvignon Blanc, Sémillon, Trebbiano, Malvasia, Peverella, Vernaccia e Gewürztraminer.

Uma mudança que fizeram há algum tempo foi utilizar os sistemas de espaldeira nos vinhedos. Este sistema é utilizado em praticamente todo o mundo e proporciona melhor ventilação, insolação e facilidade de circulação pelos carreadores.

Até então o sistema era de parreiral, ainda utilizado em vinhedos com castas destinadas aos sucos e vinhos a granel.

Sistema de espaldeiras e parreirais

A uva Isabel é ainda muito plantada na Serra Gaúcha, principalmente pelos agricultores que vendem suas colheitas para os grandes produtores. É uma uva de alto rendimento, e que requer menos cuidados que as castas mais nobres.

Alguns viticultores dizem que há vinhedos de Isabel em terrenos de alta qualidade, que poderiam estar cultivando uvas européias.

Para quem conhece outras regiões onde há uma seleção mais específica de castas, a Serra Gaúcha é uma verdadeira fonte de inovação e criatividade.

PROGRAMANDO A VIAGEM

Uma das opções é de avião direto até Caxias do Sul, e lá seguir de carro até Bento Gonçalves ou Garibaldi.

O voo saindo de São Paulo leva cerca de 1hora e 20 minutos, e de Caxias a Bento Gonçalves, de carro no máximo mais 45 minutos.

A estrada, movimentada, mas relativamente tranquila, passa por Farroupilha.

Esta opção é muito boa porque leva pouco tempo. O único senão, dizem por lá, é que o Aeroporto de Caxias fecha às vezes com nevoeiro. Sugiro então viajar durante o dia. A chance de nevoeiro é menor.

Outra opção é ir via Porto Alegre, com mais opções de vôos, e um aeroporto com mais condições de pouso e decolagem.

De Porto Alegre a Bento Gonçalves são cerca de duas horas, passando por cidades periféricas grandes e movimentadas como Canoas e São Leopoldo. O trânsito é intenso, com grande circulação de caminhões.

Já fiz a viagem nas duas opções e penso que direto a Caxias é mais tranquilo.

Em ambos os casos recomendo alugar um carro, mesmo porque vai ser fundamental para sua circulação pelos passeios.

O ideal é retirar e devolver no aeroporto.

Uma outra opção é ir de carro direto. Vai levar uns dois dias, parando para dormir e descansar em algum ponto do trajeto. Vale pelo passeio, o grande inconveniente é que as estradas para o sul são muito movimentadas com uma circulação muito grande de caminhões. Mas não deixa de ser uma opção.

HOTÉIS

Para escolher o hotel é importante definir em que cidade você quer ficar.

Tanto em Bento Gonçalves como em Garibaldi entrar e sair da cidade com o carro não é grande problema.

Há também opções de hotéis no Vale dos Vinhedos e no entorno das duas cidades.

Nas duas últimas viagens, em uma delas fiquei no Lagheto Viveroni, em Bento Gonçalves, e na outra no Hotel Casacurta de Garibaldi.

O Lagheto é moderno, um ótimo atendimento, quartos confortáveis, mas na esquina de duas avenidas relativamente movimentadas e dá para ouvir um pouco de barulho nos quartos.

O Casacurta é antigo, tradicional, reformado, ótimo atendimento e muito tranquilo. O restaurante no térreo é considerado um dos melhores de Garibaldi. Oferece uma combinação de culinária francesa e a tradicional italiana, com uma ótima Carta de Vinhos.

Em Bento Gonçalves, há as opções do Dall’Onder Grande Hotel e o Dall’Onder Vittoria Hotel

Em Garibaldi, a segunda opção é o Hotel Mosteiro São José.

No Vale dos Vinhedos, há dois hotéis conhecidos, o Spa do Vinho, em frente à Vinícola Miolo, e Hotel Villa Michelon, atrás do restaurante Mamma Gema.

No entorno, as opções são o Castelo Benvenutti na Rodovia 470 e o Farina Park Hotel, na Rodovia 453, ambos muito próximos das duas cidades.

A opção de hotel é muito particular e depende da programação e bolso de cada um. Tenho por hábito consultar no Trip Advisora avaliação de outros hóspedes.

No Vale dos Vinhedos, há várias opções de restaurantes Mamma Gema Trattoria, Casa da Madeira, Churrascaria Zandonai, Maria Valduga, Primo Camilo, Valle Rústico e outros. Recomendo que peça sugestão no hotel.

Hoteis Lagheto Vivaroni, Hotel Casacurta e Spa do Vinho

VISITAS ÀS VINÍCOLAS

Minha sugestão é, antes de viajar, tente fazer uma programação das visitas.

As vinícolas, no Vale dos Vinhedos, ficam em uma sequência na Rodovia 444, que torna muito fácil programar.

Na internet, você encontra o mapa do Vale com a indicação das localizações.

Há também vinícolas, como a Salton na estrada para Veranópolis, Rodovia 470, não longe de Bento Gonçalves.

Se tiver dois dias, programe um dia inteiro para o Vale e outro dia para a região da Salton.

Há também outras boas vinícolas na região de Pinto Bandeira.

Normalmente, antes de viajar faço contato através dos sites para marcar as visitas.

A maioria das vinícolas tem em seus sites um campo específico para este fim.

MIOLO – Vale dos Vinhedos

Na visita fui muito bem recepcionado por Raiane Tondo, gerente de Marcas e Marketing, que fez uma detalhada apresentação da Miolo, sua história, marketing, distribuição e posicionamento competitivo.

Falamos sobre o estágio atual do mercado de vinhos no Brasil e em todo o mundo, e da participação dos vinhos brasileiros. Um papo interessante e esclarecedor.

Em seguida, o enólogo Daniel Siqueira nos conduziu para uma visita mais técnica às instalações e a um canteiro de vinhedo, onde estão diversas castas.

Um dos temas mais abordados foi justamente o fato de as vinícolas produzirem vinhos com diversas castas, independentemente do terroir. Fiquei bem satisfeito com sua explicação.

Raiane Tondo, gerente de Marcas e Marketing Daniel de Siqueira, enólogo

Em 1897, quando o imigrante italiano Giuseppe Miolo chegou à região da Serra Gaúcha, foi lhe conferido o lote 43.

Tão logo assumiu a propriedade, iniciou o plantio de vinhedos.

Durante muitos anos, as uvas colhidas eram vendidas para os grandes produtores da época.

Somente em 1989, que familiares na 3ª geração fundaram a Vinícola Miolo.

O primeiro vinho produzido foi um Reserva Merlot safra 1990.

A partir daí, a vinícola ganhou um grande impulso.

Até então na região sudeste e sul do Brasil, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, os vinhos tintos conhecidos e respeitados eram os europeus, os chilenos e os argentinos.

Os tintos Miolo foram os primeiros vinhos brasileiros, produzidos na Serra Gaúcha, que ganharam respeito e admiração dos amantes do vinho.

Passaram a fazer parte das Cartas de Vinhos de muitos bons restaurantes das grandes cidades com uma grande vantagem no preço.

O vinho Miolo conquistou em pouco tempo uma imagem de qualidade.

Com o passar do tempo, várias outras vinícolas empreenderam ações de marketing e distribuição para colocação de seus vinhos no maior mercado consumidor.

Algumas conseguiram um bom espaço, mas outras estão ainda buscando.

A Miolo está consolidada e tem seus produtos na maioria dos supermercados, em lojas e pontos de vendas e revendas de vinhos.

Possui vinhedos no próprio Vale, no icônico Lote 43, na Campanha Gaúcha, Campos de Cima da Serra e no Vale do São Francisco.

Tem também joint ventures em vários países.

Classificam seus vinhos como Premium – Miolo Reserva; como Básico Luxo – Miolo Seleção e Básico Semi Luxo– Almadén.

Almadén foi adquirida pela Miolo há pouco tempo.

Os vinhos Almadén estiveram relativamente bem posicionados no mercado, mas perderam espaço.

O Almadén Rose era bem conhecido 20 anos atrás.

Estão trabalhando forte o marketing para a recuperação desta marca, focando os espumantes.

Aliás, há um movimento forte em direção à produção de espumantes.

Isto porque há um reconhecimento estabelecido em todo o Brasil de que o espumante brasileiro é muito bom e não deve nada aos chilenos e, principalmente, aos argentinos.

Para produzir o espumante top de linha Miolo Premium Vale dos Vinhedos é utilizado o método champenoise.

Para os espumantes produzidos na Campanha Gaúcha e no Vale do São Francisco é utilizado o método charmat.

Produzem também vários vinhos tintos varietais, ou seja, casta única.

O tinto Miolo Reserva existe nas opções Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Merlot, Tannat, Pinot Noir.

O tinto Miolo Seleção já vem em forma de blend, Cabernet Sauvignon/Merlot; Tempranillo/Touriga.

Os espumantes e brancos utilizam as uvas Chardonnay, PinotGrigio, Riesling, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer.

Produzem ainda vinhos frisantes, sucos de uva e destilados.

Exportam para mais de 32 países.

Oferecem uma variedade grande de opções em seu portfólio, incluindo alguns vinhos importados do Chile, Argentina, Espanha e Itália.

É o maior produtor de vinhos do Brasil.

Pela importância recomendo incluir na sua programação de visitas.

Vinícola Miolo

DON LAURINDO – Vale dos Vinhedos

Há 15 anos quando fui a Gramado com minha família, no jantar em um restaurante de muito bom nível, perguntei ao garçom que nos atendia qual era o melhor vinho para me recomendar.

Na época não havia ainda o conceito de sommelier.

“Sem dúvida, o Don Laurindo!”

Devia ser mesmo o melhor.O preço era o dobro de todos os outros vinhos.

“É que eles produzem vinho com uvas do próprio vinhedo.”

Com um fondue de carne, em uma noite muito fria, o vinho combinou muito bem.

No dia seguinte, fizemos um passeio até o Vale dos Vinhedos e a primeira vinícola que fiz questão de visitar foi a Don Laurindo.

Aproveitei e fiz a encomenda de várias garrafas, com várias opções de castas, para serem entregues em São Paulo. O frete ficou por conta da vinícola.

A partir daí passei a receber as malas diretas e comprar diretamente.

Todos os anos, recebo e-mails no dia do meu aniversário e no Natal.

A Vinícola Don Laurindo foi fundada em 1991 por Ademir Brandelli.

O nome da vinícola é uma homenagem a seu pai Laurindo Brandelli.

Família Don Laurindo Brandelli

Em 1887, o imigrante Marcelino Brandelli, oriundo de Zevio, pequeno povoado da região de Verona, chegou à Serra Gaúcha e iniciou o plantio de vinhedos com o objetivo de produzir vinhos para consumo da família.

Em 1946, seu filho Cezar Brandelli adquiriu terras em Oito de Graciema e expandiu os vinhedos.

As uvas produzidas eram vendidas para os grandes produtores da região e uma parte era para produção do vinho da família, sempre muito elogiado.

Laurindo Brandelli, filho de Cezar, deu continuidade ao cuidado com os vinhedos junto com seus irmãos.

Em 1991, Ademir Brandelli, filho de Laurindo, que havia se formado em Enologia, decidiu fundar sua vinícola.

Ademir vinha de uma bem-sucedida experiência como enólogo no Vale do São Francisco e havia também trabalhado em vinícolas da própria região.

Seguro de sua competência, adquiriu parte das terras de seus tios, que preferiram continuar fornecendo uvas para os grandes produtores, e fundou a Don Laurindo.

O objetivo era produzir um vinho de alta qualidade com uvas dos próprios vinhedos.

E tem conseguido com muito sucesso. Os vinhos Don Laurindo têm um reconhecimento nacional de alta qualidade.

Como estratégia de negócios oferecem diversos vinhos monocastas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Malbec, Ancellota entre outras.

O Merlot leva o Selo de Origem.

Há alguns anos lançaram seu espumante produzido pelo método Champenoise.

Atualmente Ademir conta com a colaboração e participação de seus dois filhos no negócio. O filho mais velho Lucas é agrônomo e o Moisés é enólogo. Uma sucessão familiar bem planejada.

Ademir Brandelli e seus filhos Lucas e Moisés Vinhedos da Don Laurindo

Na minha visita fui muito bem recepcionado pelo Ademir, e tivemos um longo papo sobre vinhos e sobre a região. Muito atencioso, visitamos as instalações e parte dos vinhedos.

Após a degustação fiz o pedido de algumas garrafas para serem entregues em São Paulo.

Don Laurindo tem algumas opções de vinhos tintos na garrafa de 375 ml, que muitas vezes é mais adequado para beber sozinho.

Pelo fato de produzirem vinhos com uvas do seu próprio quintal, o número de garrafas não é tão grande, e a distribuição para o Sudeste, São Paulo e Rio, é controlada.

Você pode encontrar Vinhos Don Laurindo em lojas e distribuidores especiais, ou seja, de alto nível. Ou então comprar direto pelo Site www.donlaurindo.com.br

Compras a partir de um certo valor têm o frete pago. Confira no site.

É visita obrigatória no Vale dos Vinhedos. Oferecem degustação de todos os seus vinhos e um tour por suas instalações.

PIZZATO – Vale dos Vinhedos

A história da Família Pizzato no Rio Grande do Sul começou com o imigrante italiano Antonio Pizzato. Oriundo de uma família de produtores de vinhos, trouxe para o Brasil esta tradição.

O amor pelos vinhedos e pelos vinhos passou por gerações e chegou até o atual patriarca, Plínio Pizzato.

Em 1960, a família adquiriu terras no Vale dos Vinhedos e passou a investir na região.

Em 1998, em conjunto com seus filhos Flavio, Flavia, Jane e Ivo (in memoriam) fundaram a Vinícola Pizzato para produzir vinhos de alta qualidade, utilizando uvas de seus próprios vinhedos.

Pizzato possui vinhedos em Doutor Fausto de Castro, Dois Lajeados, próximo de Guaporé, desde 1985.

Flavia e Plinio Pizzato

A Pizzato é reconhecida pelos vinhos de alta qualidade principalmente os tintos, que incluem monocastas entre outras Merlot, Cabernet Sauvignon, PinotNoir, Tannat e um ótimo Alicante Bouschet.

Recomendo também o DNA 99 Simple Vineyard Merlot Colheita 2011. A marca DNA 99 é uma referência ao primeiro vinho produzido pela Pizzato, um Merlot 1999.

Para os vinhos brancos, a Pizzato tem utilizado as uvas Chardonnay, Sémillon, Moscato e Malvasia Branca.

PinotNoir tem sido a uva base para os espumantes.

Vinhos Pizzato

Marquei a visita à vinícola com antecedência. Fui recepcionado pela Flavia Pizzato, que me apresentou seu pai Plínio.

Plínio é o responsável pelos vinhedos. É dele a responsabilidade pela seleção das castas a serem cultivadas e utilizadas na produção dos vinhos.

Juntos, fizemos um tour pelas instalações.

Tive a oportunidade de conversar com Plínio, longamente. Uma conversa saborosa, regada à degustação de vários vinhos. Fiquei muito sensibilizado com seu conhecimento e com amor que tem pelos vinhedos e pela terra.

Com os seus filhos, formam um parceria perfeita para os negócios. Cada um é responsável por uma área.

Plínio cuida dos vinhedos, Flavio é o enólogo e cuida da exportação, Flavia é responsável pela administração, e Jane pela área comercial e de marketing. Um time unido e perfeito.

A Pizzato está muito bem posicionada em São Paulo, de onde atua para todo o Brasil e exterior.

Exportam para países da Europa e EUA.

A degustação dos vinhos em sua sede no Vale dos Vinhedos é uma atração à parte.

Há várias opções individuais e em grupos, que você pode conferir no site.

Minha recomendação é que programe um bom tempo para visitar e curtir a degustação.

Flavia e Plinio Pizzato



Jane Pizzato Mesa de degustação

ALMA ÚNICA – Vale dos Vinhedos

Fundada em 2008 pelos irmãos gêmeos Magda e Marcio Brandelli é uma nova e atraente vinícola do Vale dos Vinhedos.

Magda e Marcio são irmãos mais novos do Ademir Brandelli, filhos de Don Laurindo.

Ao entrar pela Rodovia 444, é uma das primeiras vinícolas do lado esquerdo da estrada.

Tem um visual muito bonito, com um prédio imponente e lindos vinhedos a sua frente.

Oferecem uma interessante variedade de tintos, inclusive um ótimo Super Premium 4 Castas.

Os espumantes são produzidos pelo método tradicional champenoise

O atendimento na degustação é muito bom.

Pelo fato de ser a primeira vinícola na rota do Vale dos Vinhedos, recomendo visitar.

Jeferson Ethal, recepção e degustação

CHANDON

Chandon do Brasil faz parte de uma multinacional, LUMH Moët Hennessy, especializada em artigos de alto luxo, que engloba marcas mundiais importantes como Louis Vuitton, TagHeuer, Bulgari, Fendi, Givenchy, Kenzo, Christian Dior, Moët & Chandon, Dom Pérignon, Veuve Clicquot, Mercier e muitas outras.

Moët & Chandon é sinônimo de champagnes e espumantes da mais alta qualidade.

A Chandon do Brasil foi criada em 1973 no município de Garibaldi.

A primeira garrafa de espumante Brut foi produzida em 1977.

A partir daí iniciou uma produção regular e em 1978 lançou o primeiro espumante Demi-Sec.

A diferença da Brut para a Demi-Sec está na dosagem de açúcar que se usa na segunda fermentação. A Brut leva menos açúcar.

Os espumantes Brut levam de 7 a 14 g/Lde açúcar, enquanto os Demi-Sec,35 g/L.

Vinícola Chandon

Por razões de estratégia, a partir de 1997 a Chandon decidiu produzir no Brasil somente os espumantes. Os vinhos tintos e brancos são produzidos em Mendoza, na Argentina.

Além dos vinhedos próprios, a Chandon adquire uvas de produtores independentes, com os quais mantém um relacionamento muito rígido nos controles do plantio e da colheita das uvas.

Seus novos vinhedos estão na região da Serra Sudeste, em Encruzilhada do Sul. A serra tem um terroir propício às castas de uvas para os espumantes, como a Pinot Noir, Chardonnaye Riesling Itálico.

Estrategicamente, a Chandon tem no seu catálogo um número de opções de espumantes que considera ideal, e que atende aos interesses comerciais da empresa.

Para os espumantes Brut Reserve e a Brut Rosé utilizam três castas, Pinot Noir, Chardonnay e Riesling Itálico, com uma variação de 30 a 35% de cada uma.

Já os Excellence Brut e Excellence Rosé levam uma porcentagem maior de Pinot Noir, e um pouco menor de Chardonnay,65% – 35%.

O espumante Excellence Rosé Curvé e tem 74% de Pinot Noir e 26% de Chardonnay.

É importante enfatizar que a uva Pinot Noir deu-se muito bem com os terroirs do Rio Grande de Sul.

A Chandon utiliza os métodos Charmat e Champenoise de acordo com cada linha de produto.

Até pela marca internacional que carrega, a Chandon passa ao consumidor uma marca forte de qualidade. Os preços são bastante competitivos com os outros espumantes no mercado.

A maioria das vinícolas do Sul já lançou seus espumantes como estratégia de negócios. O reconhecimento conquistado pelo consumidor brasileiro, aliado ao preço competitivo, tem ajudado bastante nas vendas.

A Chandon tem também uma excelente distribuição. Podemos encontrar seus espumantes em vários supermercados e pontos de vendas de todo Brasil.

A sede da Chandon fica no Km 224 da Rodovia 470, no meio do caminho entre Garibaldi e Bento Gonçalves.

Na minha visita fui muito bem recepcionado por Daniela Chesini, com uma excelente apresentação da empresa, um agradável passeio pelas dependências e degustação de várias opções de espumantes.

Daniela Chesini, visitação e varejo – Chandon

Para visitar entre no site www.chandon.com.br

Chandon é a mais importante produtora de espumantes do Brasil e recomendo visitar.

No texto do meu blog sobre a região de Champagne, na França, incluo as visitas que fiz a Moët & Chandon e Mercier, em Épernay.

Minha recomendação é que programe um bom tempo para visitar e curtir a degustação.

DAL PIZZOL – Faria Lemos

Fundada em 1974, fica na região de Faria Lemos, na Rodovia 470, na estrada para Veranópolis, na Rota das Cantinas Históricas.

“Cantina” como sinônimo de “vinícola”.

Há placas indicativas na rodovia, mas exatamente no trevo de saída não há uma placa muito clara. Por isso, é preciso prestar atenção.

O local é bonito. Há um pequeno museu com garrafas, ferramentas e objetos antigos.

Há também um pequeno vinhedo, como um mostruário das diversas castas de uvas utilizadas pela vinícola.

Produzem diversos vinhos monocastas, recomendo especial atenção a um tinto PinotNoir e um Touriga Nacional.

O atendimento deixa um pouco a desejar. Com dois meses de antecedência tentei marcar uma visita, através de e-mails, sem muito sucesso. Não consegui a confirmação.

Mesmo assim fui até lá conferir.

Tanto no museu como no vinhedo mostruário, o visitante não tem um acompanhamento.

O foco do atendimento é no espaço da degustação.

O local lembra um bar, com bastante movimento e agitação.

Acredito que ideal para aqueles visitantes que gostam de beber vários vinhos.

É um ambiente alegre e descontraído.

No site eles anunciam alguns tipos de degustação, mas não pude conferir.

Museu Dal Pizzol

SALTON – Distrito de Tuiuty

No texto anterior sobre OS PIONEIROS falei da Vinícola Salton.

Visitar a Salton foi como cumprir um momento de muita emoção.

Desde o início na minha infância, o vinho esteve relacionado com os garrafões da Salton. Meu pai, Milton Mira de Assumpção, de pai português e mãe italiana, tinha por hábito beber muito vinho, e o Salton era o preferido.

O tour na Salton é uma mistura de voltar no tempo, na história, e conhecer a realidade de hoje.

O passeio é bem dinâmico, tem início na parte externa onde há um pequeno vinhedo, com um mostruário de castas, depois segue dentro do edifício a parte histórica, as instalações industriais, os jardins e, finalmente, a degustação.

Quando pensamos em Salton, vem à nossa mente os garrafões. Hoje produzem vinhos tintos, brancos e espumantes em garrafas, da mais alta qualidade.

Um dos pontos fortes é a distribuição. É possível encontrar seus vinhos no Brasil inteiro.

Decorações na Vinícola Salton

A Salton fica no Distrito de Tuiuty. Saindo de Bento Gonçalves, pela Rodovia 470, em direção a Veranópolis, a 12 Km, há uma placa à direita da estrada indicando a Salton. Dali são no máximo 2 km.

tour a cada meia hora, e leva cerca de 40 minutos. O ideal é reservar a visita pelo site, mas se chegar lá não há problema também.

Ali perto há duas opções de almoço.

Saindo da Salton, virando à direita em direção de novo à Rodovia 470, a poucos metros, está o restaurante Pignatella, especializado em culinária da região italiana do Tirol.

O cardápio único sugerido pelo Chef é composto de uma sequência de pratos, que incluem massas e carnes. Não há cardápio a la carte. O preço é fixo por pessoa; bebidas, à parte.

Uma outra opção é, saindo da Salton e virando à esquerda, na pequena estrada, cerca de 5 Km adiante você vai encontrar a vinícola Casa Postal, que além da degustação tem um muito bom restaurante. Simples, tocado pela esposa do proprietário, oferece duas opções no cardápio, sendo uma delas de carne.

Vinícola CASA POSTAL – Orgânicos e Biodinâmicos

Acabei visitando esta vinícola porque na Salton recomendaram-me os dois restaurantes que mencionei anteriormente. Optei pela Casa Postal principalmente pela singeleza do lugar. Enquanto o Pignatella é um restaurante profissional de bom nível, a Casa Postal é familiar, mais intimista e mais singela.

Em 1956, Ernesto Postal, descendente de imigrantes italianos, realizou um sonho. Junto com familiares e amigos fundou a Sociedade Bento Gonçalves Ltda., para produção de vinhos.

Por ter sido sua a ideia da sociedade, foi eleito o Presidente.

Tempos difíceis, falta de capital financeiro, problemas de distribuição, falta de colaboração efetiva de todos, Ernesto então decidiu e, com muito esforço, acabou comprando a parte dos outros sócios.

Em 2008, seu filho Elison Postal formou-se em Enologia e passou a colaborar efetivamente na produção dos vinhos.

Elison além do conhecimento técnico trouxe consigo um conceito de produtos Orgânicos e Dinâmicos, que decidiu implementar.

A produção dos vinhos estrategicamente ganhou um diferencial competitivo, o foco em vinhos Orgânicos e Dinâmicos.

Nos vinhedos são aplicados somente produtos homeopáticos compostos por minerais, esterco bovino e plantas medicinais. O agrotóxico é totalmente descartado.

O controle do plantio obedece ao Calendário Astronômico Agrícola, conceito da cultura biodinâmica, que leva em consideração o conhecimento ciclo cósmico.

Seus novos vinhedos estão em Caçapava do Sul, Serra do Sudeste, com o foco estreito em uvas viníferas orgânicas e biodinâmicas.

Se puder visitar a Casa Postal, recomendo que entre no site e marque com o Elison para recepcioná-lo. O lugar é simples, despojado, mas o papo é muito interessante e agradável. Este conceito de orgânico e biodinâmico ganha cada vez mais espaço na preferência das pessoas.

Além disso, é muito saber que estamos bebendo um vinho livre de agrotóxicos e com uma força energética maior da Mãe Natureza.

Os Incas de Machupicchu e Cusco iriam aplaudir a Pacha Mama.

Elison Postal, Casa Postal

VINÍCOLA DO VILMAR BETTÚ

Deixei esta vinícola por último porque ela merece uma avaliação diferenciada.

Não é uma visita para todos.

Só visitam esta vinícola amantes do vinho que dominam um mínimo de conhecimento e apreciam de fato uma boa degustação.

Estou dizendo isso porque tenho visto em minhas viagens, em todo lugar, mas principalmente aqui no Brasil, no Chile e na Argentina, pessoas que visitam as vinícolas para beber muito vinho e curtir o passeio.

O próprio Bettú me disse que este tipo de turismo não interessa para ele.

Lendário Vilmar Bettú e fotos de família

Não tinha ouvido falar do Bettú até que cheguei em Garibaldi. Foi o pessoal do Hotel Casacurta que, sabendo do meu blog, disse que eu precisava conhecê-lo e marcaram para eu visitá-lo às 18h30 do mesmo dia.

Ele estava atendendo um grupo de profissionais indicados por um figurão da rede Globo e só poderia me receber no início da noite.

A vinícola fica a 20 minutos de Garibaldi, em uma estrada de terra, sem iluminação.

O lugar é muito bonito. A casa da família, o pomar de frutas, o barracão da vinícola e um riacho passando no fundo.

Vilmar Bettú é meio que uma lenda na região. Quando falei para algumas pessoas que iria visitá-lo, disseram que era um enólogo cientista, pesquisador, que fazia vinhos muitos especiais. Disseram também que, como experimentos, enterrava garrafas de vinhos no quintal e só retirava tempos depois da fermentação.

Bettú é formado em Engenharia Mecânica e foi professor de Física. Como todo descendente de italiano, tem um lado religioso e uma grande paixão pelo vinho.

Já viajou várias vezes para a Europa, principalmente para a Itália. Inclusive participou de uma convenção de vinhos na região do Tokaji na Hungria.

Seu vinhedo tem no máximo 1 hectare e cerca de 20 diferentes castas de uva, incluindo Merlot, Nebiolo, Malbec, Tannat, Cabernet France Sangiovese.

Seu prazer é fazer experiências e combinações de uvas. Em primeiro lugar desenvolve vinhos varietais, monocasta até obter uma qualidade excelente. Só aí então vai trabalhar os blends.

Quando o visitei tinha cerca de 80 vinhos diferentes, entre monocastas e cortes.

Como seu vinhedo é pequeno, compra uvas de ótimas qualidades, de fornecedores especiais.

Produz no máximo 5.000 garrafas por ano e, muitas vezes, quando não consegue as uvas que considera ideais, produz menos.

Há vinhos que ele produz somente de 80 a 100 garrafas.

Os rótulos são feitos a mão e assinados por ele.

A degustação custa R$ 100 por pessoa e leva em média 3 horas. Ele faz questão de apresentar vários vinhos e castanhas de tira-gostos. Cada vinho que você degusta parece melhor que o outro.

Essas 3 horas passam muito rapidamente. O papo é muito bom. Conversamos muito sobre viagens e regiões de vinho.

É interessante o sabor especial que ele consegue com as uvas. Experimentei um Tannat que é muito diferente dos outros que já provei. Um Nebiollo, que lembra muito os Barolos.

O segredo está no cuidado com a produção, totalmente artesanal. Seu maquinário é antigo. As uvas são pisadas pelo próprio, pela família e, às vezes, por alguns amigos convidados.

A fermentação é em garrafões, ele não usa carvalho. Ou seja, não pega sabores adicionais da madeira. O vinho tem o sabor único das uvas.

Com isso, o vinho do Bettú tem um preço especial, que varia de R$80 a R$ 800.

Importante, não aceita Cartão de Crédito, tem de ser em dinheiro.

Bettú oferece ao visitante a possibilidade de fazer seu próprio blend. Ele traz vários garrafões de vinhos monocastas e, junto com o visitante, vai fazendo misturas e experimentações até chegar a um sabor que considerem o melhor. O visitante compra um mínimo de garrafas deste seu blend, pagando no ato. Nos próximos dias, o Bettú vai então preparar as garrafas e enviar para o cliente. Um vinho personalizado e de alto nível.

Texto de Vilmar Bettú

Saímos de lá as 20h30 depois de ele fazer questão de mostrar sua casa.

A noite escura e o céu estrelado deram um toque mágico no fim da visita.

Para marcar a visita use o e-mail:vilmarbettu@gmail.com ou o telefone(54) 3462-6807.

Se tiver dificuldade, vale a pena insistir.

MUITAS OUTRAS VINÍCOLAS

A região da Serra Gaúcha e do Vale do Rio das Antas tem muitas vinícolas para serem visitadas e vai depender do gosto e da programação de cada um.

No Vale dos Vinhedos recomendo visitar ainda a CASA VALDUGA, que além dos vinhos possui um ótimo e grande restaurante. É bem concorrido e visitado nos finais de semana.

DON CÂNDIDO, LÍDIO CARRARO, COOPERATIVA AURORA, MICHELE CARRARO, MARCO LUIGI, TORCELLO E TOSCANA são algumas das outras vinícolas no Vale que se puder vale a pena visitar, pois estão produzindo ótimos vinhos e espumantes.

OUTRAS ATRAÇÕES– BENTO GONÇALVES E GARIBALDI

A região tem várias atrações de trilhas, cachoeiras, fazendas e passeios. Se entrar na Internet e pesquisar o que fazer na região, independentemente dos vinhos, vai encontrar várias opções.

Vou sugerir quatro delas que considero muito boas e que dá para fazer combinando com as visitas às vinícolas.

ROTEIRO TURÍSTICO CAMINHOS DE PEDRA

É um projeto de turismo rural, histórico e cultural.

Em um trecho de aproximadamente 7 km na rodovia VRS 855, você encontra uma série de casas de pedras e de madeira, que remonta à época da colonização por parte dos imigrantes italianos.

São casas de comércio, pequenos produtores, vinícolas, ateliês de arte e restaurantes, que registram a história da região.

No Século XIX, com a criação das Linhas de demarcação, era uma picada na mata que ligava as Colônias D.Isabel e Caxias. Com o tempo tornou-se uma via carroçável e posteriormente uma estrada para automóveis e caminhões.

Até os anos 60, era a ligação entre Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

À sua volta foram construídas casas, comércio, restaurantes e até uma pousada.

Com a construção das novas rodovias, a VRS 855 foi sendo deixada de lado, e os negócios a sua volta entraram em declínio.

No início da década de 90, o Engenheiro Francisco Vasco Michelon e o Arquiteto Julio Posenato criaram um projeto para restauração e recuperação das propriedades, criando um Roteiro Turístico.

Em Setembro de 1992,o Caminhos de Pedra recebeu o primeiro grupo de turistas.

Em 2009, foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul.

O ideal é que programe um dia inteiro para visitar e de preferência com carro próprio. Porque aí você poderá parar e visitar o local que quiser.

Os dois primeiros lugares a serem visitados são: o Restaurante Nona Ludia e Casa do Tomate, no início da rota.

O restaurante Nona Ludia é uma construção de 1880, e foi a primeira a ser restaurada em 1994. No pátio, há uma enorme árvore com uma espécie de gruta no seu pé. Segundo a tradição, os primeiros imigrantes se abrigaram neste local.

A Casa do Tomate vem logo a seguir e tem um comércio de produtos derivados do tomate. Como atração, um narrador conta a história dos imigrantes e das casas de pedras.

Casa da Ovelha e show de pastoreio Monica Motta, treinadora e apresentadora

A Casa da Ovelha é visita obrigatória. Há uma apresentação da história da casa e degustação de produtos e queijos de leite de ovelha. Os visitantes podem participar da ordenha do leite e assistirem a um show de pastoreio de ovelhas conduzido por cachorros treinados. Essas apresentações têm horários determinados. Na loja, há diversos produtos incluindo várias opções de queijos.

Cantina Strapazzon, local utilizado para cenas do filme O Quatrilho. Vinhedos de uvas Isabel decoram o local. Na época da colheita, em Fevereiro, o tour inclui participar da vindima e comer uvas à vontade, debaixo do parreiral.

Cristiane Strapazzon – Ruth Assumpção Casa do filme O Quatrilho

Outras atrações são Casa da Tecelagem, Casa do Mate, Vinícola Salvati e Sirena, Casa dos Doces, Casa das Massa e Artesanato, Casa das Cucas, Casa da Confecção e outras.

Há vários restaurantes, entre eles o tradicional Casa Vanni Espaço Gastronômico e um mais atual, Ristorante Del Pomodoro.

Atrações do roteiro Caminhos de Pedra

EPOPEIA ITALIANA

Um passeio pela história dos imigrantes italianos que chegaram no Século XIX para povoar e desenvolver a Serra Gaúcha.

Um parque temático, com cenários e audiovisuais retratando a epopeia dos imigrantes desde a saída da terra natal, a viagem de navio, a chegada ao Brasil, as dificuldades encontradas no início da colonização até os dias gloriosos de hoje.

O tour inclui degustação de vinho, suco de uva, biscoito colonial e polenta na chapa.

É uma atração singela e emocionante, principalmente para nós, descendentes de italianos.

Fica em Bento Gonçalves, próximo da Estação da Maria Fumaça.

Fomos visitar em um dia normal, e não houve necessidade de reservas. Acredito que nos feriados e no fim de semana seja melhor reservar.

A atração funciona diariamente das 8h00 às 17h45, com horários específicos para início dos tours.

MARIA FUMAÇA

O trem sai da Estação de Bento Gonçalves, passa por Garibaldi e vai até Carlos Barbosa.

O passeio passa por campos, vinhedos e a paisagem é muito bonita.

No trajeto, oferecem degustação de vinho, suco de uva, moscatel, animados com a apresentação de tarantela, coral típico italiano, músicas gaúchas e teatro.

Esta atração é muito concorrida, e é preciso fazer reserva com muita antecedência.Por isso, recomendo que faça através de uma agência de turismo.

Confira os horários dos tours da Epopeia Italiana e Maria Fumaça pelo site reservas@giordaniturismo.com.br

Maria Fumaça

PONTE SOBRE O RIO DAS ANTAS – Ernesto Dornelles

Este é um passeio que vai levar no máximo 1 hora se você fizer logo após a visita a Salton ou a Casa Postal.

Continuando pela Rodovia 470 em direção Veranópolis, 10 km abaixo está a ponte sobre o Rio das Antas, também conhecida como Ponte dos Arcos.

A descida pela rodovia é uma serra em curvas, e se deve tomar muito cuidado porque é rota movimentada de caminhões.

No trajeto há um quiosque e um bar em um mirante, de onde dá para ver a “ferradura” do Rio das Antas. O visual é muito bonito para fotografias.

No caminho, há também vários quiosques com produtos e frutas do local.

Ponte dos Arcos e Ferradura do Rio das Antas

Tenho visitado regiões de vinho em vários países. Cada uma com suas atrações e peculiaridades. Em todas, o amor, a dedicação à natureza, à terra, aos vinhedos, à produção de vinhos são comuns. O prazer de apresentar e degustar cada vinho está no semblante e nas ações de todos.

No Vale dos Vinhedos, tanto quanto em Portugal, França, Itália, Chile, Argentina, encontrei os mesmos valores, as mesmas devoções.

O vinho é sem dúvida um produto único, vivo, que une pessoas e traz muita alegria.

O segredo é escolher um bom vinho, uma variedade boa de tira-gostos, ótimo papo, e deixar a vida nos levar!

Estou à disposição para dicas ou recomendações: miltonassumpcao@terra.com.br

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